domingo, 25 de maio de 2014

FUNDO DE US$ 215 Milhões para a PRESERVAÇÃO da AMAZÔNIA

22/05/2014 08h09 - Atualizado em 22/05/2014 08h09

Fundo prevê US$ 215 milhões para preservação da Amazônia

Investimento será feito pelos próximos 25 anos.
Objetivo é preservar 90 áreas protegidas do bioma brasileiro.

Da Reuters

Ipê amarelo é visto em meio à floresta perto de Novo Progresso (PA). Os fotógrafos Nacho Doce e Ricardo Moraes, da agência Reuters, viajaram pela Amazônia registrando várias formas de desmatamento. Foto de 20/9/2013. (Foto: Nacho Doce/Reuters)
Ipê amarelo é visto em meio à floresta amazônica em Novo Progresso (PA) (Foto: Nacho Doce/Reuters)
O governo brasileiro, a ONG de conservação da natureza WWF e vários parceiros anunciaram investimento de US$ 215 milhões para a preservação da Amazônia, a serem depositados em um fundo de transição que garantirá, pelos próximos 25 anos o financiamento dos 60 milhões de hectares de Unidades de Conservação (UCs).
O fundo, que busca garantir a conservação de mais de 90 áreas protegidas na Amazônia, acontece em um momento no qual novas ações de desenvolvimento ocorrem na região, o que resultou em números maiores de desmatamento no ano passado após anos de baixas recordes.
Sob os termos do acordo, os parceiros no fundo farão contribuições anuais para ajudar o Brasil a obter as necessidades financeiras para as áreas protegidas.
Segundo os parceiros, as contribuições serão feitas de acordo com a exigência do Brasil, incluindo auditorias do órgão do governo que vai administrar o fundo e a continuidade de áreas do governo, tanto em termos de pessoal quanto de financiamento, para administrar áreas florestais.
O dinheiro será utilizado para medidas básicas de conservação, incluindo cercas e sinais para delinear as áreas protegidas e para pagar por veículos utilizados em patrulhas. O governo brasileiro tomou diversas ações contra o desmatamento em 2012, especialmente através da aplicação de leis ambientais e de medidas financeiras como o bloqueio de crédito para companhias e indivíduos que foram pegos fazendo negócios com fazendeiros e outras pessoas conhecidas por explorar ilegalmente terras desmatadas.Financiamento para a Amazônia
Pelo acordo, “o governo do Brasil está se comprometendo ao orçamento e às regulamentações necessárias para assegurar futuros financiamentos para a Amazônia brasileira”, disse em entrevista Carter Roberts, chefe do WWF, que ajudou a estabelecer o fundo.
Recentemente, entretanto, fez mudanças em agências ambientais e regulamentos que, segundo críticos, facilitaram o desenvolvimento de diferentes projetos em áreas protegidas. O governo também alterou as fronteiras de alguns parques de conservação para dar espaço a projetos de infraestrutura, incluindo hidrelétricas em rios da região.
O financiamento para o novo fundo, esperado para durar 25 anos, foi garantido junto a fontes públicas e privadas, incluindo o governo da Alemanha, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Mundial, filantropos e o Fundo da Amazônia, uma entidade financiada principalmente pelo governo da Noruega e administrada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A quantia de US$ 215 milhões é calculada como necessária para ajudar o governo brasileiro, durante 25 anos, a tornar-se autossuficiente em termos de financiamento das florestas tropicais.

DESMATAMENTO CAEM 20% NA AMAZÔNIA

24 DE MAIO, 2014 - 07H49 - PARÁ

Alertas de desmatamento caem 20% na Amazônia

Sistema do Inpe detecta melhora entre agosto de 2013 e abril de 2014

Por: O Liberal
Os alertas de desmatamento na Amazônia caíram 20% entre agosto de 2013 e abril de 2014, comparado ao mesmo período de 2012/2013. Os dados, divulgados ontem, são do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Seguindo a tendência de diminuição apresentada, em fevereiro, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a área da Amazônia Legal afetada no período caiu de 1.872,85 quilômetros quadrados para 1.500,53 quilômetros quadrados.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, relatou a Operação Onda Verde, feita em parceria com a Força Nacional, em áreas do norte e nordeste de Mato Grosso e do sul do Pará. No período de agosto de 2013 a abril de 2014, foram apreendidos centenas de equipamentos, como tratores e motosserras, e aplicados 2.401 autos de infração e mais de R$ 1,1 trilhão em multas.
De acordo com Evaristo, em Mato Grosso, há a expansão de áreas com posse, mas o Pará é a terra da grilagem, do laranja (alguém que empresta nome para benefício de outros), e a única forma de combater o desmatamento é fazendo a destruição dos acampamentos e dos equipamentos, com uma ação muito mais intensiva em razão do alto nível da criminalidade que opera na BR-163.
O diretor do Ibama explica que, no eixo da rodovia, no município de Novo Progresso (PA), há a fiscalização em parceria com os indígenas da etnia caiapó, que denunciam a ação de madeireiros ilegais em suas terras. Em uma das operações, foram destruídos 11 acampamentos e 26 motosserras. “Cada motosserra custa cerca de R$ 3 mil e desmata 2,42 hectares por dia. Então além da descapitalização do grupo evitamos o desmatamento”, firmou Evaristo.
De acordo com o presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, o Deter não mede desmatamentos porque os equipamentos do sistema enfrentam a cobertura das nuvens na época do ano da medição e têm capacidade de detectar apenas áreas desmatadas maiores de 25 hectares. Apesar das limitações, o objetivo do Deter é direcionar as ações de fiscalização do Ibama para os locais apontados pelos satélites.
Taxas anuais de desmatamento na Amazônia Legal são medidas de forma mais precisa pelo Sistema de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), que apresenta relatórios anuais. Para este ano, segundo o presidente do Ibama, “nós aguardamos agora completar esse período Prodes, de agosto a julho, e entregar um número Prodes que realmente apresente uma redução nas taxas de desmatamento que já são muito baixas em relação ao passado”.
Zanardi contou ainda que está em andamento um processo de contratação de brigadas indígenas que vão reforçar o trabalho de combate às queimadas em períodos de estiagem.