sábado, 21 de fevereiro de 2015

Cientistas estudam formação de nuvens na Amazônia

04 de janeiro, 2015 - 08h07 - Pará

Cientistas estudam formação de nuvens na Amazônia

Importância dos “rios voadores” no clima da América do Sul é o foco

Por: O Liberal
Foto: Oswaldo Forte (O Liberal)Foto: Oswaldo Forte (O Liberal)














Pesquisadores brasileiros coordenam um esforço internacional para investigar os mecanismos físicos de formação de nuvens e de chuva, algo que a ciência ainda está longe de compreender totalmente. Para isso, decidiram estudar o interior das imensas massas de nuvens que se acumulam sobre a Amazônia e, por suas características especiais, influenciam o clima do continente.
Um recurso inédito foi usado para viabilizar o estudo: os cientistas trouxeram ao Brasil um avião a jato da Agência Aeroespacial Alemã e uma aeronave americana (ambos de uso científico), equipados com sensores de alta tecnologia e capazes de examinar pela primeira vez a estrutura molecular das gotas de chuva e gelo dentro das nuvens.
Segundo os líderes do projeto, Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), e Luiz Augusto Machado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram feitos em setembro 14 voos sobre a Amazônia para coletar dados a uma altitude de 18 quilômetros, limite da estratosfera.
Estudos anteriores haviam usado, no máximo, aviões Bandeirante, que voam a cerca de quatro quilômetros do solo e, por isso, não conseguem estudar a física das nuvens convectivas (que se desenvolvem verticalmente). Voando a 600 km/h, o avião alemão conseguiu enxergar o que há entre as microscópicas gotas de chuva e partículas de gelo no meio das nuvens.
“Como se formam as gotas de chuva no interior das nuvens? Como se inicia e termina o processo de precipitação? Como a poluição influencia o ciclo de chuvas? Para onde está indo o vapor d’água emitido pela Amazônia nos últimos meses e que não se transformou em chuvas em São Paulo? Estamos tentando responder questões como essas”, explica Artaxo.
A pesquisa também ajudará a entender a dinâmica das nuvens amazônicas nas chuvas da América do Sul. Todos os dias, as árvores da Amazônia enviam para a atmosfera cerca de 20 bilhões de litros de água que extraem das profundezas do solo - volume hídrico cerca de 15% maior que a vazão do rio Amazonas. Esses enormes fluxos de água, apelidados de “rios voadores”, viajam pelo ar e encontram uma barreira na Cordilheira dos Andes, provocando chuvas no sul do continente.

RIOS VOADORES

03 de fevereiro, 2015 - 11h14 - Amazônia

Desmatamento na Amazônia enfraquece 'rios voadores'

Fenômeno do vapor de água que viaja pelo país está perdendo força por causa da devastação da floresta

Por: O Globo
Fotos: Divulgação/Luciana Gatti/IPEN BrazilFotos: Divulgação/Luciana Gatti/IPEN Brazil
RIO - A massa de ar quente estacionada sobre a Região Sudeste, enfim, perdeu força, permitindo a entrada de frentes frias como a que chegou no último fim de semana, e, segundo meteorologistas, o tempo fechado pode ficar até domingo. O enfraquecimento da massa quente também abre caminho para a atuação dos chamados rios voadores, como é chamado o ar úmido que viaja da Amazônia para todo o Brasil. O problema, porém, é que este fenômeno vem perdendo força ano após ano por causa da devastação das nossas florestas no Norte. A verocidade do desmatamento há mais de 3 mil quilômetros do Rio de Janeiro, explicam cientistas, já prejudica a incidência de chuvas por aqui.
Os rios voadores são formados na Amazônia a partir da umidade que a floresta “puxa” do Atlântico. Esta umidade cai como chuva sobre a mata. Com a “transpiração” das árvores, uma grande quantidade de vapor de água é jogada na atmosfera. São cerca de 20 bilhões de litros por dia, o equivalente a oito mil piscinas olímpicas. Eles margeiam a Cordilheira dos Andes e se desviam dela na altura do Centro-Sul do país. Quando encontram frentes frias, trazem chuvas para esta região.
UMA ÁRVORE, MIL LITROS
Mas a motosserra vem comprometendo a bomba-d’água da Amazônia. Estima-se que 47% da floresta, em sua porção brasileira, foram totalmente desmatados ou sofreram algum tipo de degradação, o que levaria décadas para ser recuperado.
Pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe, Antonio Donato Nobre destaca que uma árvore pode bombear para a atmosfera mais de mil litros de água por dia em forma de vapor.
— A Amazônia passou por mudanças climáticas durante muitos anos e sempre conseguiu se regenerar — lembra Nobre, autor do estudo “O futuro climático da Amazônia”. — Mas, agora, há também a motosserra e o fogo. Este é o calcanhar de aquiles da mata. Existe o risco de que ela se transforme em uma savana.
Nos últimos 40 anos, o equivalente a 200 árvores para cada brasileiro foram decepadas na Amazônia. A parte oriental da floresta, área de expansão agrícola, é a mais vulnerável. Se há menos vapor de água na atmosfera, as chuvas podem ser cada vez mais escassas no Centro-Sul do país.
No mês passado, assim como no verão de 2014, a estiagem foi agravada pela presença de um bloqueio atmosférico sobre o Sudeste, impedindo a queda de chuvas.
— Esta zona de alta pressão é um paquiderme atmosférico. “Sentou”, e ninguém consegue tirá-la dali — compara Nobre. — Já se tem conhecimento de que este ano será um grande desastre hidrológico para o país. Será muito difícil fechar 2015 com um índice normal de chuvas.
Professor do Departamento de Física da USP, Paulo Artaxo lembra que os rios voadores são um dos três principais componentes para a chegada das chuvas no Centro-Sul do país.
— Além da umidade que vem da Amazônia, também devemos considerar aquela originária no Atlântico Sul e as frentes frias que vêm do Sul — ressalta. — O peso de cada um desses fatores pode mudar, dependendo da situação. Sou membro de um grupo de estudo que sobrevoou a floresta para estudar como o vapor de água se forma e de que forma ele desce, mas ainda é cedo para termos estas respostas.
ZONAS DE CONVERGÊNCIA
O “paquiderme”, agora, começa a entregar os pontos. Gustavo Escobar, pesquisador especialista em previsão do tempo do CPTec/Inpe, assegura que o bloqueio atmosférico já deixou o país. No entanto, ainda falta um elemento fundamental da estação chuvosa, que é o encontro de frentes frias do Sul com a umidade da Região Norte.
— Estas zonas de convergência geram chuvas que duram até quatro dias — descreve. — Normalmente, estes episódios ocorrem até cinco vezes entre outubro e março. Não tivemos nenhum neste verão. Existe a possibilidade de recebermos o primeiro no fim desta semana.
Por enquanto, o verão está marcado por pancadas de chuva isoladas, que não têm chegado aos reservatórios. Nobre alerta que o aquecimento global vai alterar cada vez mais o regime de chuvas:
— A Amazônia passou por duas grandes secas, em 2005 e 2010. A Mata Atlântica foi completamente destroçada. A temperatura global é cada vez maior. E, ao contrário do que os meteorologistas pensavam, recebemos, pelo segundo verão seguido, um bloqueio atmosférico. Não dá para pensar que estamos seguros. Pelo contrário, com a destruição da floresta, já perdemos um pulmão.

ALTER DO CHÃO

21 de fevereiro, 2015 - 06h00 - Atualidades

Água de Alter do Chão está contaminada

Coliformes - Ufopa analisou amostras de água da vila: 80% acusaram contaminação


EVANDRO CORRÊA Especial para O LIBERAL 
Por determinação do Ministério Público (MP) a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) realizou a análise microbiológica da água de 14 pontos da vila de Alter-do-Chão - a 40 km de Santarém. As análises foram feitas no Laboratório de Ensino Interdisciplinar em Biologia Aplicada por meio da técnica de tubos múltiplos (NMP/100 ml) sob responsabilidade da professora Graciane Fernandes (ICTA). O pedido de análise foi motivado pelo surto de Hepatite A registrado na vila e que pode estar sendo causado pela água contaminada.
As amostras de água foram coletadas em locais determinados pelo Ministério Público e incluíram a maior escola municipal da vila (Antônio Pedroso), torneiras que recebem água do microssistema de abastecimento e as torneiras que abastecem algumas barracas da praia Ilha do Amor, localizada em frente à vila. No relatório de ensaio que será enviado ao MP a professora Graciene Fernandes esclarece: “Conforme os parâmetros considerados, as amostras analisadas estão em não conformidade com a legislação vigente, uma vez que em mais de 80% das amostras foram encontrados presença de coliformes totais e de termotolerantes”. Os parâmetros foram baseados na Resolução n. 357 (2005) do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
A técnica de tubos múltiplos (NMP/100ml), ou seja o Número Mais Provável, possibilita determinar uma estimativa da quantidade de micro-organismos presentes nas amostras. “Pelo número de tubos positivos em cada uma das diluições empregadas determina-se o número mais provável por mililitro de água, tendo como base a tabela estatística de Hoskins para três, cinco ou dez tubos. Por esta técnica pode-se obter informações sobre a população presuntiva de coliformes (teste presuntivo), e sobre a população de coliformes de origem fecal (coliformes termotolerantes)”, informa o relatório.
As amostras analisadas apresentam o (NMP totais /100ml) variando entre 20.000 e 6.100. O máximo permitido de NMP/100 ml pela resolução do Conama é de 200 NMP/100 ml para que a água (classe 1 ) seja considerada potável. “Todos os resultados, de todas as amostras apresentaram contaminação, tanto por coliformes totais, quanto por termotolerentes”, explicou Graciane Fernandes: “O grau de contaminação variou bastante de uma mostra para outra. Analisando o cenário como um todo, a partir desses resultados, é algo muito preocupante. Porque muitas das amostras coletadas são de água utilizada diretamente para consumo pela população, sem passar por nenhum tipo de tratamento”. A professora alertou ainda que a água é um dos principais meios de contaminação: “A maioria das doenças são transmitidas por meio de fontes hídricas, por isso, trata-se de um caso de saúde pública em que população, comunitários e poder público devem se unir numa força-tarefa para atuar na gestão desse recurso”, explicou.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

ATIVIDADES QUA MAIS CONSOMEM ÁGUA

Atividades que mais consomem água

Embora o uso doméstico deva ser contido para evitar o desperdício de água, precisamos conhecer as práticas que mais consomem água para a adoção de medidas mais eficazes.

 
A agricultura é a atividade econômica que mais consome água
A agricultura é a atividade econômica que mais consome água
Frequentemente nos deparamos com reportagens e campanhas de conscientização afirmando que o consumo doméstico da água é muito elevado e que nós precisamos adotar medidas para realizar uma maior economia desse importante recurso natural, haja vista que a água é o bem mais estratégico do planeta e que pode entrar em escassez caso não haja a sua conservação.
Embora seja importante que nós, em nossas casas, procuremos evitar o consumo exagerado de água, o uso doméstico não é o principal responsável por esse elevado consumo. Se analisarmos detalhadamente as atividades que mais consomem água no mundo e também no Brasil, constataremos que existem várias atividades socioeconômicas que gastam ainda mais os recursos hídricos.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), é a atividade agropecuária a principal responsável pelo uso da água. De acordo com a entidade, 70% de toda a água consumida no mundo é utilizada na irrigação das lavouras, número que se eleva para 72% no caso do Brasil, que é um país com forte produção nesse setor da economia.
Depois do setor agrícola, vem a atividade industrial, que é responsável por 22% do consumo de água no mundo. Somente depois vem o uso doméstico, que é responsável por cerca de 8% de toda a utilização dos recursos hídricos. Esse cenário revela que não apenas as casas e os comércios devem economizar, mas também os setores primário e secundário da economia, adotando medidas de contenção da utilização de água.
Se considerarmos apenas a chamada água virtual do mundo, ou seja, a quantidade de água empregada para a produção econômica sem contar o consumo direto, a agricultura passa a deter 67% da utilização de água, seguida pelo cultivo de animais, com 23%, e depois pela indústria, com 10%. Isso significa que as medidas de economia da água inevitavelmente perpassam pela adoção de medidas no espaço rural.
Para se ter uma ideia dessa diferença de consumo, vamos considerar alguns exemplos: para produzir 1 kg de carne de boi, são utilizados 15,4 mil litros de água; uma camiseta de algodão custa 2,5 mil litros; uma tonelada de aço leva 300 mil litros; e um carro gasta mais de 400 mil. No meio agrícola, a soja é uma das campeãs, com 1,8 mil litro para cada quilo produzido – lembrando que o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais desse produto.
Ainda segundo a FAO, a agricultura é o setor da economia que mais necessita da imposição de medidas de redução do consumo de água, pois cerca de 60% de toda a água empregada na irrigação estaria sendo perdida por desperdício. Assim, os mesmos estudos apontam que uma redução de 10% dessa perda seria o suficiente para abastecer o dobro da população mundial atual, em termos de média estatística.
Assim sendo, algumas das medidas é a adoção de formas alternativas de irrigação, tais como o gotejamento. Nesse processo, em vez de haver desperdício gerado pela irrigação comum, é utilizado um sistema em que apenas algumas gotas são utilizadas para umedecer os solos e garantir ao vegetal cultivado o suficiente para a sua sustentação. Se medidas como essa se difundirem no meio rural do Brasil e do mundo, milhões de litros de água deixarão de ser desperdiçados.

Por Me. Rodolfo Alves Pena

A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS

A qualidade das águas superficiais e os principais critérios de avaliação

Os critérios utilizados no Brasil para a fiscalização e o tratamento das águas destinadas ao abastecimento da população, recreação e atividades econômicas em geral.

 
O uso intensivo da água aponta para um dos maiores desafios da atualidade: a iminência da escassez de água e a sua contaminação
O uso intensivo da água aponta para um dos maiores desafios da atualidade: a iminência da escassez de água e a sua contaminação
Um dos maiores desafios ambientais é a iminência da escassez de água em diversas localidades e o comprometimento das águas superficiais, cada vez mais submetidas ao aumento da sua utilização para atividades econômicas diversas, em especial a agropecuária, e poluídas pelo lançamento de efluentes urbanos e industriais. Uma série de conflitos é provocadapela situação de estresse hídrico, quando a oferta de água é menor do que a demanda, fato recorrente em regiões como o Oriente Médio, norte da África ou mesmo no sertão nordestino. Não apenas a falta de água, mas as dificuldades para torná-la potável para o consumo humano também desencadeiam tensões sociais. A subnutrição e o consumo de água contaminada representam os maiores causadores de mortalidade infantil em todo o mundo.
No Brasil, o clima predominantemente tropical e a dimensão do território brasileiro contribuem para o país deter uma das maiores reservas de água doce do mundo, contando com 12% da quantidade de água doce superficial disponível no planeta. Ainda assim, o Brasil não tem um serviço de saneamento básico adequado a todo esse potencial. De acordo com o Ministério das Cidades, no ano de 2010, apenas 46,2% da população brasileira possuía coleta de esgoto. Na região Norte, que concentra 70% das reservas brasileiras de água doce, os dados são ainda mais alarmantes: apenas 6,2 % dos domicílios são equipados por esse serviço.
A necessidade por um planejamento integrado de políticas públicas e um maior engajamento da sociedade precisa ter como referência uma legislação ambiental adequada. Essa legislação está amparada em um conjunto de normas gerais que identificam o padrão de qualidade das águas a partir de critérios técnicos. De acordo com o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), a qualidade das águas pode ser medida de acordo com diferentes critérios e que podem ser adaptados pelos órgãos estaduais. A ANA (Agência Nacional das Águas) identifica sete índices principais utilizados no país:
1. Índice da Qualidade das Águas (IQA):Criado no ano de 1970, nos Estados Unidos, pela National Sanitation Foundation. Desde o ano de 1975, a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) passou a utilizá-lo e, nos dias atuais, é o indicador mais utilizado no Brasil. Seu maior objetivo é avaliar a qualidade da água bruta para o abastecimento da população. Esse indicador analisa a contaminação da água por esgotos domésticos, desconsiderando, por exemplo, a presença de substâncias tóxicas. Os parâmetros utilizados são de ordem física, química e microbiológica. São eles: oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DQO), coliformes fecais, temperatura da água, ph da água, nitrogênio total, fósforo total, sólidos totais e turbidez (redução da transparência).
2.  Índice do Estado Trófico:Essa classificação aponta diferentes graus de trofia, que significa a presença excessiva de nutrientes na água, em especial fósforo e nitrogênio, ela é perceptível pela proliferação de algas e a presença de fortes odores e mortandade de peixes.
3. Análise de Balneabilidade:Estabelece estágios de qualidade da água para uso recreativo em praias, lagos e rios.
4. Índice de Qualidade de Água para a Proteção da Vida Aquática (IVA):Critério adotado pela CETESB que abrange a qualidade das águas da fauna e flora aquáticas.
5. Índice de Qualidade da Água Bruta para Fins de Abastecimento Público (IAP): Critério criado em conjunto pela CETESB e SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), institutos de pesquisa e universidades. Ele é formado pelo Índice de Qualidade das Águas (IQA), parâmetros que avaliam a presença de substâncias tóxicas (por exemplo, o chumbo e o mercúrio) e parâmetros que afetam a qualidade organoléptica (cor, brilho, odor, sabor e textura) da água (presença de fenóis, ferro, manganês, alumínio, cobre e zinco).
6. Índice de Qualidade de Água em Reservatórios (IQAR):Criado pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) para analisar especificamente a qualidade da água em reservatórios destinados ao abastecimento.
7. Índice de Contaminação por Tóxicos: Criado pelo IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), utilizando os seguintes parâmetros: Amônia, Arsênio total, Bário total, Cádmio total, Chumbo total, Cianeto livre, Cobre total, Cobre dissolvido, Cromo hexavalente, Cromo total, Fenóis totais, Mercúrio total, Nitritos, Nitratos e Zinco total.
Em geral, os poluentes lançados nos rios são de fontes artificiais e naturais. As fontes artificiais incluem o esgoto doméstico, água residual industrial (que inclui a água residual de restaurantes, escritórios, hotéis etc.) e água residual de criação de animais.  As fontes naturais incluem os poluentes derivados dos fenômenos ecológicos e outros (formações minerais venenosas, colônias de microorganismos venenosos etc.). Outra atividade econômica que compromete a qualidades das águas é a agricultura, que utiliza uma grande quantidade de insumos (pesticidas, herbicidas, fertilizantes e adubos químicos) que produzem substâncias que não são biodegradáveis e podem permanecer no solo durante anos. Além da contaminação dos solos, esses elementos contaminam as águas superficiais e subterrâneas, carregando toxinas para outros ecossistemas.
A qualidade das águas muda ao longo do ano em função de fatores meteorológicos e da eventual sazonalidade de lançamentos poluidores e das vazões dos rios.  À medida que o curso de um rio avança em direção da jusante, a qualidade das águas melhora por duas causas: a capacidade de autodepuração dos próprios rios, principalmente através das quedas, e a diluição dos contaminantes pelo recebimento de água com melhor qualidade de seus afluentes. Essa recuperação, entretanto, atinge apenas os níveis de qualidade aceitável ou boa. É muito difícil a recuperação ser total.
A redução da cobertura florestal também é um fator que acarreta prejuízos para os recursos hídricos. Pelo processo de interceptação da água da chuva pela copa das árvores, a floresta desempenha importante papel na distribuição de energia e de água à superfície do solo, afetando a distribuição temporal e espacial da chuva e diminuindo a quantidade de água da chuva que chega efetivamente ao solo. A ausência da cobertura florestal resulta em alteração na capacidade de infiltração de água no solo. Consequentemente ocorre um aumento do escoamento superficial em volume e velocidade, favorecendo a lixiviação e a erosão dos solos, implicando na perda de nutrientes, acúmulo de sedimentos em suspensão e consequente turbidez, contaminação química proveniente das aplicações na agricultura e o assoreamento dos cursos d'água.

Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP

ESTRESSE HÍDRICO

Estresse hídrico

O estresse hídrico pode ser causado tanto pela falta d'água em termos naturais quanto pela má preservação e gestão dos recursos hidrográficos.

 
O estresse hídrico está relacionado com a falta d'água ou a sua insuficiência frente ao consumo
O estresse hídrico está relacionado com a falta d'água ou a sua insuficiência frente ao consumo
O estresse hídrico – também chamado de escassez hídrica física – é um termo utilizado para designar uma situação em que a demanda por água é maior do que a sua disponibilidade e capacidade de renovação em uma determinada localidade. Trata-se de uma expressão elaborada para representar uma situação grave que pode ser ocasionada tanto por fatores naturais quanto por fatores socioeconômicos.
Sabemos que os recursos hídricos encontram-se mal distribuídos entre os países e também no interior do território destes. As populações também se encontram de igual modo mal distribuídas no mundo, havendo, assim, regiões que abrigam um grande número de pessoas e, ao mesmo tempo, não apresentam uma disponibilidade de água para suprir suas necessidades.
Em muitos casos, o risco de estresse hídrico dificulta ou até impede o desenvolvimento econômico e humano, pois não permite que práticas como a industrialização e a agricultura desenvolvam-se, lembrando que essas são as áreas da economia que mais utilizam água. Com isso, além da própria água, torna-se necessário importar uma grande quantidade de produtos, o que faz com que se elevem as relações de dependência econômica, isso sem falar na baixa geração de emprego e poucas expectativas de crescimento local.
Existem algumas situações em que o estresse hídrico é provocado não pela escassez propriamente dita dos recursos hidrográficos regionais, mas sim pela poluição das águas, dos mananciais e reservas. Assim, mesmo com certa quantidade de água disponível, ela torna-se inutilizável, o que faz com que o estresse hídrico torne-se mais intenso ou aconteça em regiões onde a sua manifestação, em tese, seria improvável.
Em outros casos, o estresse hídrico está relacionado com problemas de gestão pública, a exemplo de um incorreto planejamento do manejo da água ou da não adequação dos sistemas de reservatórios para a população. Em São Paulo, atualmente, vive-se uma problemática nesse sentido, pois mesmo havendo, em volume total, uma quantidade de água adequada para a população da região, há ocorrência de escassez física desse recurso, o que vem provocando uma grande preocupação por parte da população local e também das autoridades.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o estresse hídrico poderá afetar até 18 milhões de pessoas até 2020, mas existem outras previsões que falam em números maiores. Nos países andinos, a situação parece se complicar, pois boa parte dos rios que abastecem a região é proveniente do derretimento do gelo nas montanhas que compõem os Andes. Com a elevação das temperaturas em razão do aquecimento global, a quantidade desse gelo diminuirá e a vazão desses rios poderá ser menor.
Dessa forma, para que o mundo evite a ocorrência de um “estresse hídrico generalizado”, que afete a maior parte da população mundial, é preciso conservar os cursos d'água e os mananciais, bem como as reservas florestais que auxiliam na preservação das nascentes em seus mais diversos tipos. É necessário que o mundo consiga desenvolver-se a partir de uma perspectiva sustentável, ou seja, de conservação dos elementos naturais para as gerações futuras.

Por Me. Rodolfo Alves Pena

ESCASSEZ DE ÁGUA NO BRASIL

Escassez de água no Brasil

Para entender a escassez de água no Brasil, é preciso considerar que existem fatores geográficos, políticos e climáticos associados a esse problema.

 
O Brasil vive um risco real de escassez de água
O Brasil vive um risco real de escassez de água
O Brasil passou a viver, a partir de 2014, os primeiros grandes focos daquilo que pode ser a maior crise hídrica de sua história. Com um problema grave de seca e também de gestão dos recursos naturais, o país vem apresentando níveis baixos em seus reservatórios em épocas do ano em que eles costumam estar bem mais cheios. Essa ocorrência, de certa forma, representa uma grande contradição, pois o Brasil é considerado a maior potência hídrica do planeta.
Mas se há muita água disponível no Brasil, por que está faltando água?
Para entender a questão da escassez de água no Brasil, é preciso primeiro entender algumas questões geográficas concernentes ao território nacional.
Em primeiro lugar, embora o país possua as maiores reservas de água por unidade territorial do planeta, é preciso destacar que elas estão desigualmente distribuídas no espaço geográfico brasileiro. A região Norte, notadamente a Bacia do Rio Amazonas, é aquela que possui a maior concentração de água no país, tanto pelo rio em questão quanto pela presença do Aquífero Alter do Chão, o maior em volume d'água.
Em segundo lugar, é preciso entender a questão demográfica. A maior parte da população brasileira não reside nos pontos onde a água encontra-se disponível de forma mais abundante, pois há uma concentração populacional muito elevada nas regiões Sudeste e Nordeste, respectivamente. Curiosamente, são essas as regiões cujos estados possuem os maiores históricos de secas e escassez de água ao longo do tempo.
Esse panorama contribui consideravelmente para o problema em questão, haja vista que a exploração dos recursos hídricos da Amazônia é totalmente inviável em virtude dos grandes custos de transporte e também pelos iminentes impactos naturais, que podem comprometer as reservas de água então disponíveis.
Mas isso não é tudo para entender a escassez de água no Brasil. Existem também as questões referentes à utilização e gestão dos recursos hídricos no país.
Pela Constituição Federal de 1988, cabe aos governos estaduais a missão de gerir e administrar a captação e distribuição de água, embora o governo federal também precise atuar por intermédio do fornecimento de verbas públicas e obras interestaduais. Nesse sentido, alguns governos, por questões administrativas ou até políticas, podem apresentar algumas falhas, principalmente no que se refere ao planejamento no manejo dos recursos hídricos.
No Brasil, atualmente, o estado que vem passando por maiores dificuldades é São Paulo, o que vem atraindo uma grande atenção da mídia, pois a capital paulista, que é a área mais povoada do país, é a protagonista desse cenário. Nesse caso, uma seca total pode afetar a vida de dezenas de milhões de pessoas. O reservatório do Sistema Cantareira, o principal da cidade, vem apresentando sucessivos recordes de baixas em seu volume, o que torna o contexto em questão ainda mais desfavorável.
Além da má distribuição dos recursos hídricos e dos problemas de gestão no território nacional, o problema da escassez de água no Brasil também perpassa pelas recentes secas que vêm afetando o país. Nos últimos anos, principalmente em 2014, os níveis de precipitação ficaram muito abaixo do esperado, por isso, os reservatórios em todo país mantiveram baixas históricas, principalmente na região Sudeste.
Vale lembrar, afinal, que a falta de água no Brasil não afeta somente a disponibilidade de água tratada nas residências. As indústrias e a agricultura (os principais consumidores) são os setores que mais poderão sofrer com o problema, o que pode acarretar impactos na economia como um todo – lembrando que a maior parte das indústrias do país está justamente na região Sudeste. Além disso, cabe a ressalva de que o principal modal energético do país é o hidrelétrico, que possui como ponto negativo justamente a dependência em relação à disponibilidade, de modo que uma seca extrema pode levar o país a um novo racionamento de energia, tal qual o ocorrido em 2001.

Por Me. Rodolfo Alves Pena

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

ÁGUA, UMA RIQUEZA LIMITADA


22 DE MARÇO - DIA MUNDIAL DA ÁGUA


ÁGUA POTÀVEL


CONSUMO DE ÀGUA NO MUNDO


DISTRIBUIÇÂO DA ÀGUA NO MUNDO


ÁGUAS SUBTERRÂNEAS


BACIA DO TOCANTIS - ARAGUAIA


PRINCIPAIS BACIAS HIDROGRÀFICA DO BRASIL

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

HIDROSFERA

LITOSFERA

BIOSFERA