quinta-feira, 17 de abril de 2014

KEPLER - 186f, Descoberto o 1º exoplaneta

Descoberto o 1º exoplaneta do tamanho da Terra em zona habitável

Kepler-186f orbita estrela anã a cerca de 500 anos-luz da Terra.
Sua distância do astro permite que tenha água em estado líquido.

Do G1, em São Paulo
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Ilustração mostra como seria o planeta Kepler-186f (Foto: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech)Ilustração mostra como seria o planeta Kepler-186f (Foto: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech)

O exoplaneta, denominado Kepler-186f, foi identificado por pesquisadores da Nasa usando o telescópio Kepler, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (17) na revista científica "Science".
Cientistas anunciaram a descoberta do primeiro planeta fora do Sistema Solar de tamanho similar ao da Terra e onde pode existir água em estado líquido, o que, em tese, o torna habitável.
"A intensidade e o espectro da radiação do Kepler-186f o colocam na zona estelar habitável, implicando que, se ele tiver uma atmosfera como a da Terra, então uma parte de sua água provavelmente está em forma líquida", diz o estudo. O telescópio Kepler permite identificar planetas em sistemas distantes medindo a quantidade de luz que eles bloqueiam quando passam na frente das estrelas que orbitam, ou seja, o equipamento não "enxerga" o planeta diretamente.
O Kepler-186f, que orbita a estrela anã Kepler-186, fica na constelação do Cisne, a cerca de 500 anos-luz da Terra. Ele é o quinto e mais afastado de um sistema de cinco planetas, todos com tamanho parecido com o da Terra.
"É extremamente difícil detectar e confirmar planetas do tamanho da Terra, e agora que encontramos um, queremos encontrar mais", disse em uma teleconferência Elisa Quintana, pesquisadora do Instituto para a Busca de Inteligência Extraterrestre (SETI).
Descobertas do Kepler
Em fevereiro, a agência espacial americana anunciou que o telescópio Kepler, que orbita a 149,5 milhões de quilômetros da Terra há cinco anos, tinha acrescentado 715 exoplanetas à lista de mil corpos que orbitam estrelas a uma distância que torna possível a existência de água e, portanto, de vida.
A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície.
Ilustração da Nasa mostra comparação entre a Terra e o Kepler-186f (Foto: Nasa)Ilustração da Nasa mostra comparação entre a Terra e o Kepler-186f (Foto: Nasa)

Folha de São Paulo

Momento histórico: encontramos outra Terra no Universo

POR SALVADOR NOGUEIRA
17/04/14  15:00
Desde a descoberta do primeiro planeta a orbitar uma estrela similar ao Sol, em 1995, a humanidade estava à espera deste anúncio. Finalmente ele chegou, com toda pompa e circunstância, num artigo publicado no periódico científico “Science”: encontramos um planeta praticamente idêntico à Terra orbitando outra estrela numa região que o torna capaz de abrigar água líquida — e vida — em sua superfície.
Concepção artística do planeta Kepler-186f: mesmo tamanho da Terra e capaz de abrigar água em estado líquido
Concepção artística do planeta Kepler-186f: mesmo tamanho da Terra e capaz de abrigar água
O anúncio foi feito na tarde de hoje numa entrevista coletiva conduzida pela Nasa (uma reportagem mais completa sobre o achado, produzida por este escriba, estará amanhã nas páginas da Folha). O planeta orbita uma estrela chamada Kepler-186 e tem, segundo as estimativas, praticamente o mesmo diâmetro da Terra — 1,1 vez o do nosso mundo. Até onde se sabe, ele é o quinto a contar de seu sol e leva 129,9 dias terrestres para completar uma volta em torno de sua estrela. Ou seja, um ano lá dura mais ou menos um terço do que dura o nosso.
A estrela-mãe desse planeta é uma anã vermelha com cerca de metade do diâmetro do nosso Sol, localizada a cerca de 490 anos-luz daqui. Um dos aspectos interessantes dessa descoberta em particular é que, além de estar na chamada zona habitável — região do sistema em que o planeta recebe a quantidade certa de radiação de sua estrela para manter uma temperatura adequada à existência de água líquida na superfície –, o planeta está suficientemente distante dela para não sofrer uma trava gravitacional. Caso fosse esse o caso, o Kepler-186f, como foi batizado, teria sempre a mesma face voltada para a estrela, como acontece, por exemplo, com a Lua, que sempre mostra o mesmo lado para a Terra. Embora modelos mostrem que a trava gravitacional não é um impeditivo definitivo para ambientes habitáveis (a atmosfera trataria de distribuir o calor), é sempre melhor ter um planeta com dias e noites, em vez de um em que um hemisfério é sempre aquecido pelo Sol e outro passa o tempo todo na fria escuridão.
Numa nota pessoal, lembro-me de ter já conversado antes com Elisa Quintana, pesquisadora da Nasa que é a primeira autora da descoberta. Em 2002, ela produziu uma série de simulações que mostravam que o sistema Alfa Centauri — o trio de estrelas mais próximos de nós, sem contar o Sol — podia abrigar planetas de tipo terrestre na zona habitável. Imagino a realização pessoal dela de, depois de “conceber” por tantos anos mundos como esse em computador, finalmente poder reportar uma descoberta dessa magnitude. Não de uma simulação, mas da fria realidade da observação!
Trata-se de um momento histórico. A partir de agora, os astrônomos devem se concentrar cada vez mais na busca de outros mundos similares à Terra e a Kepler-186f, gerando alvos para futuras observações de caraterização — a efetiva análise da composição desses mundos e suas atmosferas –, em busca, quem sabe, de evidências de uma outra biosfera.
Nosso planeta está prestes a ganhar muitas companhias.
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Nasa descobre primeiro exoplaneta habitável do tamanho da Terra

Jean Louis Santini
Em Washington

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OUTRA TERRA? - Astrônomos da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) encontraram um planeta similar à Terra, e que habita seu sol em uma zona onde poderia haver água líquida e talvez até vida. A descoberta, relatada na revista Science, do planeta chamado Kepler-186f, que está a 500 anos-luz da Terra, aumenta as esperanças de que possa haver outros planetas como o nosso no Universo. No sistema solar descoberto, orbitam a estrela que é a metade de nosso Sol e bem mais fria, outros quatro planetas. O Kepler-186f tem diâmetro 10% maior que o da Terra e não se sabe ainda qual é sua massa ou composição, apesar de acreditar-se que é um planeta rochoso como a Terra. As dúvidas são porque o planeta só é observado pela sombra que causa em sua estrela NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech
Cientistas descobriram o primeiro planeta fora do sistema solar de tamanho semelhante ao da Terra onde pode existir água em estado líquido, o que o torna habitável.
A descoberta reforça a possibilidade de encontrar planetas similares à Terra na nossa galáxia, a Via Láctea, segundo uma equipe internacional de astrônomos liderada por um profissional da Nasa. O trabalho foi publicado na edição desta quinta-feira (17) da revista científica americana Science.
"É o primeiro exoplaneta do tamanho da Terra encontrado na zona habitável de outra estrela", destaca Elisa Quintana, astrônoma do centro de pesquisas Ames, da Nasa, que ficou à frente da pesquisa.
"O que torna esta descoberta algo particularmente interessante é que este planeta, batizado de Kepler-186f, tem o tamanho terrestre e está em órbita ao redor de uma estrela classificada como anã, menor e menos quente do que o Sol, na zona temperada onde a água pode ser líquida", afirmou.
Considera-se que esta zona seja habitável porque a vida como a conhecemos tem possibilidades de se desenvolver naquele ambiente, segundo os pesquisadores.
Para Fred Adams, professor de Física e Astronomia da Universidade de Michigan, "trata-de de um passo importante na busca para descobrir um exoplaneta idêntico à Terra".
Nos últimos vinte anos foram detectados cerca de 1.800 exoplanetas, dos quais cerca de vinte orbitam ao redor de sua estrela em uma zona habitável. Mas esses planetas são muito maiores do que a Terra e, por isso, é difícil, devido ao seu tamanho, determinar se são de composição gasosa ou rochosa.
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Onde pode existir vida fora da Terra?14 fotos

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Concepção artística mostra o sistema planetário da estrela Gliese 667C, localizada na constelação do Escorpião, a 22 anos-luz de distância. Estudos anteriores já haviam descoberto que a estrela acolhia três planetas (b, c e d), sendo que um deles estava na zona habitável (mancha verde). Como a Gliese 667C é muito mais fria e tênue do que o nosso Sol, a zona habitável fica dentro de uma órbita do tamanho da de Mercúrio, ou seja, muito mais próxima da estrela do que ocorre no Sistema Solar. Agora, uma equipe internacional de astrônomos voltou a estudar o sistema e encontrou evidências da existência de ao menos seis exoplanetas (falta confirmação do h), aumentando para três o número de candidatos com chances de abrigar vida fora da Terra Leia mais ESO
490 anos-luz do Sol
Segundo modelos teóricos sobre a formação planetária, estabelecidos a partir de observações, os planetas que têm raio 1,5 vez inferior ao da Terra têm poucas chances, por causa do seu tamanho, de acumular uma atmosfera espessa como os planetas gasosos gigantes do nosso sistema solar.
"Nestes anos aprendemos que há uma transição líquida entre os exoplanetas cujo raio é 1,5 vez o da Terra", explica Stephen Kane, um astronauta da Universidade de San Francisco, co-autor da descoberta.
"Quando o raio é entre 1,5 e 2 vezes o do raio terrestre, os planetas são grandes o suficiente para acumular uma atmosfera espessa de hidrogênio e hélio", acrescentou.
O exoplaneta Kepler-186f tem raio 1,1 vez maior do que o da Terra e entra na categoria de planetas rochosos do nosso Sistema Solar, como Terra, Marte e Vênus.
"Levando em conta o pequeno tamanho do planeta, tem grandes possibilidades de ser rochoso e ter uma atmosfera. Se essa atmosfera oferecer boas condições, a água pode existir em estado líquido na superfície", explica à AFP Emelie Bolmont, pesquisadora da Universidade de Bordeaux, França, que participou da descoberta.
Bolmot acrescentou que, para se ter certeza de que é realmente rochoso, "seria preciso obter a massa do planeta, o que não é possível com os instrumentos atuais".
O Kepler-186f está em um sistema estelar situado a 490 anos-luz do Sol (um ano luz = 9,46 trilhões de quilômetros) e conta com outros cinco planetas, todos de tamanho parecido com o da Terra, mas situados fora da zona habitável.
Em novembro de 2013, os astrônomos consideraram que existem bilhões de planetas de tamanho terrestre potencialmente habitáveis. Essa conclusão se baseia nas observações do telescópio espacial Kepler, lançado em 2009 para esquadrinhar mais de 100 mil planetas similares ao nosso e situados nas constelações de Cisne e Lira.

Confirmada descoberta de primeiro exoplaneta potencialmente habitável

Washington, 17 abr (EFE).- A Nasa (agência espacial americana) anunciou nesta quinta-feira a descoberta de um planeta de tamanho aproximado ao da Terra e no qual pode existir água em forma líquida.

O planeta, que orbita a estrela anã Kepler-186 e que recebeu o nome provisório de Kepler-186f, fica na constelação do Cisne, a cerca de 500 milhões de anos luz da Terra. Ele foi analisado pelos telescópios Gemini North, de oito metros, e Keck II, de dez metros, ambos instalados em Mauna Kea, no Havaí.

"É extremamente difícil detectar e confirmar planetas do tamanho da Terra, e agora que encontramos um, queremos encontrar mais", disse em uma teleconferência Elisa Quintana, pesquisadora do Instituto para a Busca de Inteligência Extraterrestre (SETI).

"As observações de Keck e de Gemini combinadas com outros dados e cálculos numéricos nos permitem acreditar 99,98% que Kepler-186f é real", declarou Thomas Barclay, do Instituto de Pesquisa Ames, da Nasa.

Em fevereiro, a agência espacial americana anunciou que o telescópio Kepler, que orbita a 149,5 milhões de quilômetros da Terra há cinco anos, tinha acrescentado 715 exoplanetas à lista de mil corpos que orbitam estrelas a uma distância que torna possível a existência de água e, portanto, de vida.

A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície.

O Kepler-186f é o quinto e mais afastado de um sistema de cinco planetas, todos com tamanho parecido com o da Terra.

A intensidade e o espectro de radiação da estrela coloca o Kepler-186f na zona estelar habitável, ou seja, se o planeta tivesse uma atmosfera e água em sua superfície, como a Terra, essa água provavelmente existe em forma líquida. 

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