sábado, 21 de fevereiro de 2015

ALTER DO CHÃO

21 de fevereiro, 2015 - 06h00 - Atualidades

Água de Alter do Chão está contaminada

Coliformes - Ufopa analisou amostras de água da vila: 80% acusaram contaminação


EVANDRO CORRÊA Especial para O LIBERAL 
Por determinação do Ministério Público (MP) a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) realizou a análise microbiológica da água de 14 pontos da vila de Alter-do-Chão - a 40 km de Santarém. As análises foram feitas no Laboratório de Ensino Interdisciplinar em Biologia Aplicada por meio da técnica de tubos múltiplos (NMP/100 ml) sob responsabilidade da professora Graciane Fernandes (ICTA). O pedido de análise foi motivado pelo surto de Hepatite A registrado na vila e que pode estar sendo causado pela água contaminada.
As amostras de água foram coletadas em locais determinados pelo Ministério Público e incluíram a maior escola municipal da vila (Antônio Pedroso), torneiras que recebem água do microssistema de abastecimento e as torneiras que abastecem algumas barracas da praia Ilha do Amor, localizada em frente à vila. No relatório de ensaio que será enviado ao MP a professora Graciene Fernandes esclarece: “Conforme os parâmetros considerados, as amostras analisadas estão em não conformidade com a legislação vigente, uma vez que em mais de 80% das amostras foram encontrados presença de coliformes totais e de termotolerantes”. Os parâmetros foram baseados na Resolução n. 357 (2005) do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
A técnica de tubos múltiplos (NMP/100ml), ou seja o Número Mais Provável, possibilita determinar uma estimativa da quantidade de micro-organismos presentes nas amostras. “Pelo número de tubos positivos em cada uma das diluições empregadas determina-se o número mais provável por mililitro de água, tendo como base a tabela estatística de Hoskins para três, cinco ou dez tubos. Por esta técnica pode-se obter informações sobre a população presuntiva de coliformes (teste presuntivo), e sobre a população de coliformes de origem fecal (coliformes termotolerantes)”, informa o relatório.
As amostras analisadas apresentam o (NMP totais /100ml) variando entre 20.000 e 6.100. O máximo permitido de NMP/100 ml pela resolução do Conama é de 200 NMP/100 ml para que a água (classe 1 ) seja considerada potável. “Todos os resultados, de todas as amostras apresentaram contaminação, tanto por coliformes totais, quanto por termotolerentes”, explicou Graciane Fernandes: “O grau de contaminação variou bastante de uma mostra para outra. Analisando o cenário como um todo, a partir desses resultados, é algo muito preocupante. Porque muitas das amostras coletadas são de água utilizada diretamente para consumo pela população, sem passar por nenhum tipo de tratamento”. A professora alertou ainda que a água é um dos principais meios de contaminação: “A maioria das doenças são transmitidas por meio de fontes hídricas, por isso, trata-se de um caso de saúde pública em que população, comunitários e poder público devem se unir numa força-tarefa para atuar na gestão desse recurso”, explicou.

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